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Comportamento

Mudança de Ramo

Mercado de trabalho:

a vida depois da universidade

O caso dos brasileiros formados que encontraram profissão longe de sua área pretendida

Por Fernanda Strickland, Mariana Campos, Marisa Borges e Victória Rocha.

No primeiro semestre de 2017, o desemprego atingiu bastante a população economicamente ativa do país. Essa é uma realidade comum entre jovens brasileiros que passam anos tentando ingressar em uma universidade e lutam contra o tempo se dividindo entre estudos e estágio. Tudo isso para construir uma base profissional de uma carreira incerta.

Pesquisas feitas em 2014 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que 80% dos universitários formam-se em seis campos: comércio e administração, formação de professores e ciências da educação, saúde, direito, engenharia e computação. A concentração nessas áreas dificulta a contratação visto que o número de vagas é bem menor que o de concorrentes. Alguns estudantes acreditam que uma faculdade não é suficiente para conseguir um bom emprego na sua área, são necessárias especializações e experiência.

“As maiores dificuldades são em relação ao mercado de trabalho. É muito difícil não ter experiência alguma e conseguir algum trabalho rapidamente. A gente aceita o primeiro que vem. Se você não tem oportunidade na área que você quer, é melhor começar por outras áreas para alcançar o objetivo. É necessário começar de baixo”, afirmou Giselle Soares, estudante do 2° semestre de pedagogia e prestadora de serviço para o Ministério do Trabalho (MTE) em uma empresa de teleatendimento.

Existem também os que acreditam que a crise política e econômica no país é a culpada,  alegam que com essa situação os jovens acabam sofrendo mais, porque as empresas não querem arriscar neste momento e dão preferência para profissionais com mais experiência.

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Débora Kelly, formada em Direito e trabalhando como promoter. Foto: Arquivo Pessoal

Débora Kelly, formada em direito, teve que tomar uma das decisões mais difíceis de sua vida: parar de advogar. Segundo ela, a mudança radical foi necessária: “Ou eu largava ou era infeliz”. Antes da faculdade, Débora sonhava em cursar veterinária, mas por ser um curso não acessível na época, acabou optando por uma profissão que pudesse beneficiá-la financeiramente. Atualmente Débora trabalha com eventos e teleatendimento. Por serem áreas diferentes, ela afirma que sua formação não agrega tanto na sua atual, “onde atuo não necessita de requisitos específicos. Não tenho dificuldades com adaptação”.

 

A mudança de área de atuação se torna algo frequente na vida dos recém-formados. Depois de meses, ou até mesmo anos procurando um emprego em sua área, o jeito é desistir da iniciativa privada e resolver apostar em vagas que pedem apenas Ensino Médio ou recorrer a empregos alternativos.

Ouça agora o depoimento de Débora: 

EntrevistaDébora Kelly
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Ainda existem os que mudam a área com que vão trabalhar devido à desvalorização da profissão que escolheram seguir. “Eu cheguei a trabalhar na minha área, mas fui aprovado no concurso público e como era algo mais estável, decidi largar. Tive que me adaptar e estudar sobre a nova área. Hoje não penso mais em trabalhar na minha área de formação”, afirmou Carlos Eduardo, Fiscal de Tributos formado em Educação Física.

Esse também é o caso de Italo Barbosa, que é um fotógrafo formado em fisioterapia. Após um ano desempregado descobriu que sua esposa estava grávida. Uma amiga presenteou o casal com um ensaio fotográfico e ali Barbosa viu uma oportunidade de ganhar dinheiro. Faz quase dois anos que Italo trabalha na área. Ele não se arrepende da escolha mesmo gostando de fisioterapia - seu curso de formação.

Ao lado, Italo Marcio da Silva Barbosa, 30, formado em enfermagem trabalhando como fotógrafo. Foto: Arquivo Pessoal 

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