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Esportes

Os avanços e dificuldades dos atletas 

O perfil do esporte brasiliense

Atletas e equipes narram dificuldades e êxitos na jornada do desporto na capital federal

Por Pedro Vinicius, Pedro Teixeira, Jonathan Luiz, Galbi Junior, Rivan Junior, Mariana Mendes, Elaine Rodrigues, Gustavo Gomes, Guilherme Abarno, Gabriel Marques

Os esportes praticados no Distrito Federal sempre passaram por dificuldades financeiras. Mesmo com esse problema, equipes e atletas ganharam destaque nacional através de bons resultados em competições relevantes. Profissionais que já alcançaram grandes títulos, como a equipe de basquete de Brasília e Caio Bonfim, o maior nome da Marcha Atlética do país, almejam ganhar espaço na elite dos esportes no Brasil.

UM RECOMEÇO A UMA VITORIOSA HISTÓRIA

O basquetebol de Brasília está passando por uma renovação. Com a saída do patrocinador UniCeub, o Universo voltou a apoiá-los, após disputar a última edição do NBB com a camisa do Vitória-BA. Ao lado do Universo, a equipe candanga teve anos de muito sucesso: campeã brasileira em 2007 e 2010, além de faturar a Liga das Américas em 2009. O Distrito Federal ficou sem um participante na temporada passada por não ter encontrado um patrocinador de grande porte.

Após sete anos de glória com o time da capital, no ano passado o centro universitário UniCeub decidiu cortar os investimentos financeiros. Com este patrocinador, o basquete de Brasília ganhou dois títulos do NBB (2011 e 2012) e três da Liga Sul-Americana (2010, 2013 e 2015).

O comandante dessa nova fase do time de Brasília será o jovem André Germano. Ele já teve passagens pelas categorias de base da seleção brasileira e estava dirigindo o time sub-19 do Bauru antes de aceitar o novo desafio. Após começar 0-5, o técnico continua confiante na vaga para jogar o torneio da pós-temporada: “Sabíamos que ia ser um início bem difícil pelo nível dos times da NBB, pelas equipes bem estruturadas que iríamos enfrentar. Fizemos a melhor preparação possível e estamos crescendo de produção a cada jogo que se passa. Temos jogadores talentosos e experientes que podem reverter essa situação e estamos confiantes numa vaga para os playoffs”.

Um dos líderes do time, Nezinho, explica como tem lidado com o início ruim da equipe e como tem ajudado aos mais jovens: “tivemos duas reuniões e esse foi um dos temas para esse momento conturbado que não esperávamos e estamos lidando bem com a equipe técnica digerindo bem essas derrotas e os mais experientes vão ajudando aos mais novos”.

Ao ser questionado sobre qual o potencial que a equipe tem e onde essa equipe pode chegar, Nezinho disse que a equipe pode ir longe e que a partir dos playoffs, é onde se vê o real potencial da equipe: “podemos chegar muito longe. Eu diria que são os playoffs e a partir deles a gente vê como a equipe está. Ao ser um time novo temos que ver como se saem nos playoffs e como reagem rapidamente aos playoffs”.

Em um bate papo descontraído com o ala Arthur, uma das estrelas desse time, o jogador constatou que as expectativas para o futuro são as melhores, após um início bastante conturbado. Com vasta experiência, Arthur citou que o time é bastante novo, não de idade, mas sim de entrosamento e o que falta também são pequenos ajustes técnicos que com o tempo se encaixa. Segundo Arthur: “a evolução é constante e diária, e que com certeza no futuro os resultados vão ser positivos ao nosso favor’’.

Veja abaixo o treino do time: 

Créditos: Nadine Oliver

 

UM NOVO HORIZONTE PARA O VÔLEI DO DF 

O time de vôlei feminino de Brasília mudou seu elenco. Com dez contrações de jogadoras e a chegada de um novo técnico. Na temporada passada os resultados ficaram aquém do esperado. A equipe não conseguiu, pela primeira vez, se classificar para as partidas de playoffs. Treinando desde de julho, as jogadoras demonstram boas expectativas para a temporada 2018/2019 da Superliga.

Com a chegada das jogadoras Renata Colombo, Dani Terra, Emilce (Mimi) Sosa, Diana Xavier, Natália Fernandes, Fernanda Campos, Angélica Malinverno, Mariana Barreto, Eduarda Paula e Alessandra Santos (Neneca), e o novo técnico Hairton Cabral, a equipe espera fazer uma campanha melhor do que a do ano passado. O time ainda conta com Natália Silva, Gabrielle Lima e Eduarda Silva. 

A jogadora Alessandra, mais conhecida como “Neneca”, atua como ponta e comentou até onde o Brasília Vôlei pretende chegar na temporada 2018/2019 da Superliga: “nosso objetivo é ficar entre os oito primeiros. Mas a expectativa é grande, porque o campeonato é longo, então tudo pode acontecer”. Neneca também fala sobre o investimento nos esportes no país: “Eu acho que sempre é bom ter um crescimento, acho que não só aqui em Brasília mas em todo lugar, porque quando tem mais modalidade, tanto no vôlei quanto em outros esportes, eu acho que abre portas para vários empregos e outros atletas que necessitam também. Então se tiver, eu acho que é bem-vindo”.

Angélica Malinverno, a central do time, falou sobre a falta de investimento e de espaço dos esportes em Brasília: “eu acho que Brasília é uma cidade que tem tamanho e público para ter mais esportes, ou então esportes com um pouco mais de investimento. Agora temos o basquete voltando, a gente mantendo o projeto, e também temos o futebol e outras áreas, mas Brasília tem um poder aquisitivo alto. Eu entendo que por ter várias empresas de estado não consegue ter tanto patrocínio, mas teria condições de ter muito mais investimento do que tem hoje”. A central também fala sobre a expectativa do time para a temporada: “a gente almeja sempre o título, em primeiro ponto a gente quer se classificar e ficar entre os oitos (primeiros), é a nossa primeira meta, depois os objetivos mudam e aí a gente vai até onde for possível”.

Angélica encerra comentando sobre as maiores dificuldades que o time vem passando: “a gente tem um elenco reduzido, na minha opinião essa talvez seja a nossa maior dificuldade hoje, mas são dificuldade que a gente vai conseguir superar com as meninas que estão aqui”.

O primeiro jogo das meninas do Brasília Vôlei será contra o Minas Tênis Clube, no ginásio Sesi em Taguatinga - Brasília. A partida ocorrerá no dia 16 de novembro de 2018, às 20H. 

Créditos: Nadine Oliver

COMUNICAÇÃO

Nadine Oliver é assessora de mídia sociais do time. Ela explica como é feita a divulgação de informações: “por ser um time de vôlei, nós possuímos uma grande parceria midiática com a televisão, a gente faz matérias para a TV em geral, temos esse acesso tranquilo com eles. Produzimos três releases mensais que mandamos para sites especializados, e em relação as mídias sociais, fazemos postagens toda semana, pelo menos de duas a três vezes na semana, os stories no Instagram são feitos todos os dias. É divulgado uma parte do treino, uma fala do técnico para conectar mais a torcida com o time”.

A assessora de mídias sociais também explica quais são as dificuldades do trabalho de Marketing do clube e como conseguir atrair mais gente para torcer para o time: “eu acho que em relação a espaço, a gente tem para falar sobre, mas a dificuldade fica por conta de chamar mais pessoas para participar, conquistar o público que não é do esporte. Às vezes também acontece um certo preconceito em relação ao vôlei feminino, tentamos lidar da melhor forma possível. Mas a maior dificuldade é chamar mais gente, porém, a galera que temos são bem fiéis e isso vale muito”.

UM CRAQUE DA MARCHA ATLÉTICA

Um grande esportista foi descoberto pelo Brasil durante as Olimpíadas do Rio 2016. A performance de alto nível de Caio Bonfim, da marcha atlética, na prova de 20km, quase rendeu uma medalha olímpica inédita para o país. Seria mais um feito para o atleta que é o responsável pela primeira medalha da história da marcha brasileira, com o seu bronze na prova de 20km no Mundial de Atletismo em 2017. As conquistas não param por aí. Em 2015, Caio conseguiu um terceiro lugar nos Jogos Pan-Americanos de Toronto.

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Créditos: Kirsty Wigglesworth / AP

Para alcançar o posto de principal atleta da marcha atlética brasileira, Caio teve que lutar pelos seus objetivos e superar as dificuldades. O maior desafio enfrentado por Caio foi a falta de incentivo, tanto na parte financeira quanto no apoio da população. Por ser um esporte não tão conhecido e pelo "rebolado", Caio teve que enfrentar obstáculos e o preconceito. "Para mim, esse foi o maior desafio, poder mostrar que era um esporte, não era popular, era diferente mas não tinha nada demais. Foi legal poder mudar a cabeça da população, para ela entender, o que era a marcha atlética", revela Bonfim, e que completou: “praticar esse esporte nunca foi fácil. Um cara marchando parece estar rebolando na rua. Gerava muito preconceito, então tinha muita piadinha, infelizmente não era legal”.

A marcha atlética sempre esteve na vida de Caio. Sua mãe, Gianetti Sena Bonfim, é pioneira da marcha em Brasília. O atleta conta que Gianetti, octacampeã brasileira na marcha, trouxe a modalidade do atletismo para Brasília e também revela como surgiu o interesse pelo esporte. “Meus pais tem uma equipe desde a década de 80 que chama Centro de Atletismo de Sobradinho (CASO), aqui no (CASO) estádio sempre teve uma pista de atletismo e eles davam o treino lá. Minha mãe, depois de muitos anos no Atletismo, quando estava com 30 anos de idade, descobriu a marcha atlética, começou a fazer e chegou a ser campeã brasileira por oito vezes e isso trouxe essa modalidade, que não é tão conhecida para Brasília. E eu, muitos anos depois, em uma brincadeira, acabei me apaixonando. Fiz alguns testes e fui muito bem. Por isso eu comecei na marcha atlética. Meus pais foram a minha maior influência no esporte”.

O atleta mencionou que o único apoio financeiro que ele recebe é do governo com o Bolsa Atleta. O programa de patrocínio individual de atletas e paratletas de alto rendimento que obtêm bons resultados em competições nacionais e internacionais é o único salário recebido pelos esportistas: “isso é uma ajuda que o governo disponibiliza, que é muito boa. Existem países de primeiro mundo que os atletas não possuem esse tipo de ajuda. O incentivo que não temos na realidade é o privado. Se as pessoas e as empresas apoiassem mais, o esporte poderia ter resultados diferentes. Pelo governo já tem, com algumas fragilidades. Falta investimento na base, porém, o que temos mesmo é esse apoio dado pelo governo”.

O último desafio que Caio teve que enfrentar foi uma punição da Unidade de Integração de Atletas que o suspendeu em março por seis meses. O atleta foi flagrado com a substância Bumetanida, um diurético proibido pela Agência Mundial Antidoping (Wada), na competição em que ganhou o bronze na prova dos 20km. Com a suspensão finalizada, o atleta poderá voltar a competir em grandes competições e se firmar como um dos grandes nomes da modalidade do atletismo.

O APOIO DO GOVERNO AO ESPORTE DO DISTRITO FEDERAL

A assessora de comunicação da Secretaria de Estado do Esporte, Turismo e Lazer Cláudia Ramalho relatou que o estado promove diversas práticas esportivas e oferece incentivos tanto no âmbito estrutural quanto na prática de variadas modalidades. Alguns programas como o Bolsa Atleta e Compete Brasília tem o intuito de promover e estimular atletas e paratletas a terem altos rendimentos, proporcionando-lhes patrocínios individuais.

O governo promove ações voltadas para a democratização da prática esportiva e recreativa. As ações esportivas de cunho social, dirigidas à crianças e adolescentes em estado de abandono, pessoas com deficiência e à terceira idade são implementadas como instrumento de valorização da vida e integração social.

 O esporte não-formal é praticado de modo voluntário e tem incentivo do poder público, com o objetivo de oportunizar a prática de atividades físicas, desportivas e recreativas em todos os segmentos sociais. O esporte formal ou de rendimento é gerido por organizações especialmente instituídas para esse fim. Assim, o poder público apoia de forma suplementar e estabelece programas que contemplem o apoio na formação do atleta.

Site produzido e aprovado pela Universidade Paulista - UNIP.

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